Reparem nas semelhanças... Os 'triggers' em ambas situações foram assinalados com '*'.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trigger
Gatilho ou trigger é um recurso de programação sempre que o evento associado ocorrer.
É muito utilizada para ajudar a manter a consistência dos dados ou para propagar alterações em um determinado dado de uma tabela para outras.
Call-Center:
Parte 1 - o gravador
Clica-se aqui, clica-se ali: 'Sim, quero falar com um operador' e faz-se figas que a chamada não 'caía' nos entretantos. Espera-se... e espera-se... O telefone já está em alta voz há tanto tempo a tocar música e publicidade, que quando atendem até nos assustamos! "Ah, pois é, já nem me lembrava".
Parte 2 - a identificação
Poupa-se conversa... "Boa tarde, somos o cliente número 'tal', na morada 'tal', o titular é 'tal'. Sim, é a própria".
Parte 3 - "Srª tal em que posso ser útil?"
- "Reparámos que estamos sem sinal* porqu..."
- "Sem sinal!* Por favor, aguarde um momento em linha, enquanto verificamos se existe alguma avaria na sua área."
Parte 4 - espera-se...
Aquela frustração de que devia ter falado mais depressa, mas não dão hipótese... "Bolas!" - pensa Ela.
Música de um lado da linha, do outro um grunhido... Bate o pé com alguma impaciência, olha para o relógio, opta mais uma vez pela alta-voz e ocupa-se de outra coisa qualquer...
- "Srª tal, muito obrigada por ter aguardado, não verificamos qualquer avaria na sua área. Poderemos agendar uma visita técnica, temos disponibilidade para..." (no melhor dos casos daqui a 3 dias durante o nosso horário de trabalho... Apetece-lhe responder: - "com certeza, vou treinar a Pantufas a abrir portas...").
Parte 5 - a revelação!
- "Não, é necessário, não se trata de uma avaria desse género. Conforme tentei indicar-lhe no início da chamada reparámos que estamos sem sinal num dos equipamentos, porque um cabo está danificado. Agradeço a disponibilidade para agendamento de uma equipa técnica, mas não é preciso, preferimos dirigirmo-nos directamente a um dos vossos técnicos autorizados. Não temos acesso à net, pretendiamos exactamente contactos, por favor."
- "Um momento , por favor."
Mais música, mais alta voz... e quando já estava esquecida a chamada lá vêm os contactos...
- "Obrigada"
- "Mais alguma questão em que possa ser útil?"
- "Não.."
Conclusão: Foram à loja, trocaram o cabo, situação resolvida, sem consequências além da hora de seca ao telefone.
Urgências:
Parte 1 - Fila de Inscrição
Um dos utentes brutalmente engripado, sugere que lhe seja dada prioridade com a sua voz nasalada.
Várias cabeças viraram-se com um ar desconfiado, o seu 'bom aspecto' convenceu-os.
O marido certificou-se que estava bem apoiada no seu braço e avançaram.
Ela esforçou um sorriso e murmurou um "Obrigada" fraquinho.
Apos identificação e documentação.
- "Pode aguardar na sala de espera. Próximo!"
- "Desculpe, mas a sala de espera?"
- "Ali ao fundo, vira à esquerda, segue pelo corredor e depois não vira à direita e é a sala com muitas cadeiras".
- "Obrigada.." e lá chegaram...
Parte 2 - Sala de espera e a espera...
Surpresa! Meia-hora. Nem foi mau de todo!
Parte 3 - ainda era só a triagem...
O Sr. Enfermeiro, sem levantar a cabeça da ficha (que presumiu ser a sua) questiona:
- "Srª tal (aparenta dificuldade em ler o nome dela), o que a traz aqui?" Entretanto, olha para Ela, levanta-se num segundo e ajuda-a a sentar.
- "Obrigada, boa tarde, penso ter tido uma quebra de tensão, perdi os sentidos e ainda não me sinto bem. Tenho estado a fazer dieta, uma dieta acompanhada por um médico vosso e já perdi algum peso. Fui socorrida imediatamente no meu local de trabalho, não tinha falta de açúcar picaram-me o dedo no momento.
A tensão e a pulsação estavam muito baixas, de seguida a pulsação subiu muito e contínuo a sentir-me 'pouco bem'.
Já não é a 1ª vez que me acontece perder os sentidos, infelizmente desde a infância sou propícia a estas situações, regra geral culpam a tensão baixa, costumo tomar Efortil em gotas.
As opções seriam ir de ambulância para 'tal' Hospital, mas como sou acompanhada aqui a nível de clínica geral e é mais perto de casa, tomámos esta opção.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trigger
Gatilho ou trigger é um recurso de programação sempre que o evento associado ocorrer.
É muito utilizada para ajudar a manter a consistência dos dados ou para propagar alterações em um determinado dado de uma tabela para outras.
Call-Center:
Parte 1 - o gravador
Clica-se aqui, clica-se ali: 'Sim, quero falar com um operador' e faz-se figas que a chamada não 'caía' nos entretantos. Espera-se... e espera-se... O telefone já está em alta voz há tanto tempo a tocar música e publicidade, que quando atendem até nos assustamos! "Ah, pois é, já nem me lembrava".
Parte 2 - a identificação
Poupa-se conversa... "Boa tarde, somos o cliente número 'tal', na morada 'tal', o titular é 'tal'. Sim, é a própria".
Parte 3 - "Srª tal em que posso ser útil?"
- "Reparámos que estamos sem sinal* porqu..."
- "Sem sinal!* Por favor, aguarde um momento em linha, enquanto verificamos se existe alguma avaria na sua área."
Parte 4 - espera-se...
Aquela frustração de que devia ter falado mais depressa, mas não dão hipótese... "Bolas!" - pensa Ela.
Música de um lado da linha, do outro um grunhido... Bate o pé com alguma impaciência, olha para o relógio, opta mais uma vez pela alta-voz e ocupa-se de outra coisa qualquer...
- "Srª tal, muito obrigada por ter aguardado, não verificamos qualquer avaria na sua área. Poderemos agendar uma visita técnica, temos disponibilidade para..." (no melhor dos casos daqui a 3 dias durante o nosso horário de trabalho... Apetece-lhe responder: - "com certeza, vou treinar a Pantufas a abrir portas...").
Parte 5 - a revelação!
- "Não, é necessário, não se trata de uma avaria desse género. Conforme tentei indicar-lhe no início da chamada reparámos que estamos sem sinal num dos equipamentos, porque um cabo está danificado. Agradeço a disponibilidade para agendamento de uma equipa técnica, mas não é preciso, preferimos dirigirmo-nos directamente a um dos vossos técnicos autorizados. Não temos acesso à net, pretendiamos exactamente contactos, por favor."
- "Um momento , por favor."
Mais música, mais alta voz... e quando já estava esquecida a chamada lá vêm os contactos...
- "Obrigada"
- "Mais alguma questão em que possa ser útil?"
- "Não.."
Conclusão: Foram à loja, trocaram o cabo, situação resolvida, sem consequências além da hora de seca ao telefone.
Urgências:
Parte 1 - Fila de Inscrição
Um dos utentes brutalmente engripado, sugere que lhe seja dada prioridade com a sua voz nasalada.
Várias cabeças viraram-se com um ar desconfiado, o seu 'bom aspecto' convenceu-os.
O marido certificou-se que estava bem apoiada no seu braço e avançaram.
Ela esforçou um sorriso e murmurou um "Obrigada" fraquinho.
Apos identificação e documentação.
- "Pode aguardar na sala de espera. Próximo!"
- "Desculpe, mas a sala de espera?"
- "Ali ao fundo, vira à esquerda, segue pelo corredor e depois não vira à direita e é a sala com muitas cadeiras".
- "Obrigada.." e lá chegaram...
Parte 2 - Sala de espera e a espera...
Surpresa! Meia-hora. Nem foi mau de todo!
Parte 3 - ainda era só a triagem...
O Sr. Enfermeiro, sem levantar a cabeça da ficha (que presumiu ser a sua) questiona:
- "Srª tal (aparenta dificuldade em ler o nome dela), o que a traz aqui?" Entretanto, olha para Ela, levanta-se num segundo e ajuda-a a sentar.
- "Obrigada, boa tarde, penso ter tido uma quebra de tensão, perdi os sentidos e ainda não me sinto bem. Tenho estado a fazer dieta, uma dieta acompanhada por um médico vosso e já perdi algum peso. Fui socorrida imediatamente no meu local de trabalho, não tinha falta de açúcar picaram-me o dedo no momento.
A tensão e a pulsação estavam muito baixas, de seguida a pulsação subiu muito e contínuo a sentir-me 'pouco bem'.
Já não é a 1ª vez que me acontece perder os sentidos, infelizmente desde a infância sou propícia a estas situações, regra geral culpam a tensão baixa, costumo tomar Efortil em gotas.
As opções seriam ir de ambulância para 'tal' Hospital, mas como sou acompanhada aqui a nível de clínica geral e é mais perto de casa, tomámos esta opção.
Os socorristas aconselharam fortemente vir e confirmar que está tudo bem, particularmente a nível cardiovascular."
É feita uma examinação rápida: tensão baixa, pulsação baixa e outra coisa qualquer.
Coloca a ficha dela no tabuleirinho amarelo.
- "Aguarde um momento, que já a chamam, só tem uma pessoa à sua frente."
Parte 5 - mais uma hora de espera e ouve o seu nome e sala número 'tal'
Quando entra na sala, o médico está de costas.
Aguarda uns segundos, olha para a cadeira, apetece-lhe mesmo sentar e lá interrompe o Sr. e diz:
- "Boa tarde"
Recebe um "Boa tarde" entediado, seguido de um incomodado "É só um momento, por favor".
- "Com certeza, esteja à vontade, dá-me licença?" Antes da resposta, já está sentada.
O médico, olha para trás e murmura um "Faça favor".
Aguarda alguns minutos calmamente. Pensa para consigo e tenta convencer-se que o Sr. secalhar está na última hora daqueles turnos de 16 horas ou mais, que a profissão dele implica; não deve ser fácil e não se pode exigir muito bom humor".
Endireita-se, a cadeira roda, está de frente para Ela com um sorriso aberto forçado e paternalista:
- "O que a traz aqui?"
Prepara-se para repetir o discurso anterior prestado ao enfermeiro:
- "Penso ter tido uma quebra de tensão, perdi os sentidos e ainda não me sinto bem. Tenho estado a fazer dieta*..."
- "Dieta!"* Olha para a ficha dela com indiferença. - "Não se deve andar a alimentar bem.".
- "na...eu..", mas já não a ouvia.
Começou a passar-lhe uma receita para um calmante e indicava-lhe as tomas.
A expressão dela mudou... Subentendeu que o diagnóstico estava feito e o discurso surgiu-lhe impulsivamente:
- "Ora bem, tenho estado a fazer dieta, uma dieta acompanhada por um médico vosso, o Dr. 'tal'." O médico assentiu com a cabeça que o conhecia.
Prosseguiu sem pausas e repetiu todo o discurso anteriormente dado ao enfermeiro na triagem. Ainda fez questão de acrescentar, que tinha optado por fazer uma dieta acompanhada por um médico, apesar de encontrar grande variedade de dietas em toda e qualquer revista, porque "Faço questão de o fazer de forma saudável e responsável!".
Informou-o ainda pormenorizadamente dos detalhes da Dieta, proteínas, hidratos de carbonos, fruta, legumes, da água, da actividade física, etc..., e juntou ao descritivo tudo o que tinha ingerido naquele dia.
- "Vou-lhe passar umas análises e um electrocardiograma."
- "Agradeço, foi essa a razão por que vim."
Conclusão:Após mais um par de horas, foi encaminhada para a especialidade de cardiologia, sobre suspeita de Arritmia. Nada excessivamente preocupante, talvez seja apenas Stress, no entanto a situação deve ser acompanhada e monitorizada.
Acabou por ir à Farmácia levantar a receita, vai guardar os comprimidos para da próxima vez que precise de ir às urgências...
As urgências naquele dia pareceram-lhe um call-center... Será que os médicos também têm médias de atendimento? Procedimentos obtusos? Aquele claramente, nem sequer seguiu os fluxogramas... Por sua vontade, não realizava nenhum despiste...
Caros Senhores Doutores e Doutoras,
Talvez a ida de um qualquer paciente especifico às vossas consultas, não seja necessária, ou talvez seja... Partindo do princípio óbvio que cada caso é um caso, por favor, desactivem os vossos 'triggers'.
É feita uma examinação rápida: tensão baixa, pulsação baixa e outra coisa qualquer.
Coloca a ficha dela no tabuleirinho amarelo.
- "Aguarde um momento, que já a chamam, só tem uma pessoa à sua frente."
Parte 5 - mais uma hora de espera e ouve o seu nome e sala número 'tal'
Quando entra na sala, o médico está de costas.
Aguarda uns segundos, olha para a cadeira, apetece-lhe mesmo sentar e lá interrompe o Sr. e diz:
- "Boa tarde"
Recebe um "Boa tarde" entediado, seguido de um incomodado "É só um momento, por favor".
- "Com certeza, esteja à vontade, dá-me licença?" Antes da resposta, já está sentada.
O médico, olha para trás e murmura um "Faça favor".
Aguarda alguns minutos calmamente. Pensa para consigo e tenta convencer-se que o Sr. secalhar está na última hora daqueles turnos de 16 horas ou mais, que a profissão dele implica; não deve ser fácil e não se pode exigir muito bom humor".
Endireita-se, a cadeira roda, está de frente para Ela com um sorriso aberto forçado e paternalista:
- "O que a traz aqui?"
Prepara-se para repetir o discurso anterior prestado ao enfermeiro:
- "Penso ter tido uma quebra de tensão, perdi os sentidos e ainda não me sinto bem. Tenho estado a fazer dieta*..."
- "Dieta!"* Olha para a ficha dela com indiferença. - "Não se deve andar a alimentar bem.".
- "na...eu..", mas já não a ouvia.
Começou a passar-lhe uma receita para um calmante e indicava-lhe as tomas.
A expressão dela mudou... Subentendeu que o diagnóstico estava feito e o discurso surgiu-lhe impulsivamente:
- "Ora bem, tenho estado a fazer dieta, uma dieta acompanhada por um médico vosso, o Dr. 'tal'." O médico assentiu com a cabeça que o conhecia.
Prosseguiu sem pausas e repetiu todo o discurso anteriormente dado ao enfermeiro na triagem. Ainda fez questão de acrescentar, que tinha optado por fazer uma dieta acompanhada por um médico, apesar de encontrar grande variedade de dietas em toda e qualquer revista, porque "Faço questão de o fazer de forma saudável e responsável!".
Informou-o ainda pormenorizadamente dos detalhes da Dieta, proteínas, hidratos de carbonos, fruta, legumes, da água, da actividade física, etc..., e juntou ao descritivo tudo o que tinha ingerido naquele dia.
- "Vou-lhe passar umas análises e um electrocardiograma."
- "Agradeço, foi essa a razão por que vim."
Conclusão:Após mais um par de horas, foi encaminhada para a especialidade de cardiologia, sobre suspeita de Arritmia. Nada excessivamente preocupante, talvez seja apenas Stress, no entanto a situação deve ser acompanhada e monitorizada.
Acabou por ir à Farmácia levantar a receita, vai guardar os comprimidos para da próxima vez que precise de ir às urgências...
As urgências naquele dia pareceram-lhe um call-center... Será que os médicos também têm médias de atendimento? Procedimentos obtusos? Aquele claramente, nem sequer seguiu os fluxogramas... Por sua vontade, não realizava nenhum despiste...
Caros Senhores Doutores e Doutoras,
Talvez a ida de um qualquer paciente especifico às vossas consultas, não seja necessária, ou talvez seja... Partindo do princípio óbvio que cada caso é um caso, por favor, desactivem os vossos 'triggers'.
A verdade é que 'Somos presos por ter e por não ter cão'. Quantas vezes já ouvimos: "Se tivesse ido mais cedo ao médico tinha-se safo...".
Não veêm o 'House'? Tudo é relevante!
O Veterinário da Pantufas, deve ver o 'House'... Surpreendentemente, a sintomatologia para ele parece ser relevante. Questiona os Donos, examina-a à procura de reacções, etc...
Falem conosco, oiçam-nos, questionem, examinem... façam o vosso trabalho e por favor não arrisquem em palpites dedutivos 'engatilhados', porque a saúde da 'malta' não é uma tabela de Totoloto programada em SQL.
E a partir do momento:
- em que um episódio de emergência médica se assemelha a uma chamada para um call-center;
- quando comparativamente a um 'episódio de emergência animal' a medicina veterinária é mais humana...
É preocupante, perigoso e acima de tudo... Triste..
Há bom e mau em todo o lado, com certeza existirão excelentes profissionais em ambas Medicina e Medicina Veterinária, mas... ultimamente e mais uma vez por comparação parece merecer mais confiança o Veterinário da Pantufa...
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