quarta-feira, 18 de março de 2009

"Não sou nada...."

"À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
(...)
"Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade."
(...)
"Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu."
(...)
"Falhei em tudo...talvez tudo fosse nada."
(...)
"Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!"
(...)
"Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha."
(...)
"Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,"
(...)
"(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada."
(...)
"Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra."
(...)
"...num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto."
(...)
"...e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança,..."

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